sexta-feira, 8 de junho de 2012

Uma reflexão sobre o Sistema Nacional de Saúde (SNS) e a prática de desporto




Gostava de partilhar aqui com vocês alguns pensamentos sobre o nosso actual SNS e como este poderia acompanhar os tempos modernos e ir um pouco mais à frente de forma a tornar-se mais justo para todos.

Imaginem duas pessoas com nomes puramente aleatórios: o Carlos e o José. Ambos têm entre 30 e 40 anos de idade. O Carlos é aquele tipo de pessoa que nunca diz que não a uma jantarada. É um grande garfo, o verdadeiro especialista gastronómico e para ele um jantar em grande tem que ter tudo a que tem direito: boas entradas, bela carne, uma sobremesa do mais doce que há para puxar o final em grande composto pelo café, digestivo e o belo do cigarro (ou por vezes charuto). Todos conhecem os Carlos deste mundo. Desporto não é com eles porque têm sempre mais que fazer ou que petiscar. Evitam saber como vai a própria saúde. Almoços, jantares e petiscadas sem conta e sem desporto para ajudar, também todos sabemos no que vai dar. Um dia é um entupimento, depois são os diabetes e o colesterol alto, o ácido úrico, etc, etc.

O José é aquele outro tipo de pessoa que sabendo apreciar o que come consegue ser regrado, equilibrado, faz desporto sempre que pode, visita regularmente o médico para despiste de situações mais complicadas, resumidamente, vai levando uma vida saudável.

Está fácil de ver que um dia chegará em que o Carlos vai ter um problema mais ou menos sério de saúde, terá que recorrer ao SNS e gerar uma despesa que será paga por todos os contribuintes. É a partir daqui que se me colocam uma série de perguntas:

1 - É justo o Carlos e o José pagarem na mesma medida os problemas de saúde do Carlos?

2 - Partindo do princípio que a informação hoje está disponivel para todos não será o José prejudicado por levar uma vida saudável e ter que contribuir por igual para as despesas do Carlos?

3 - Porque é que uma pessoa que não fuma nem bebe tem que pagar os tratamentos daqueles que mesmo sabendo que estavam a fazer mal à sua saúde, nada fizeram para mudar?

4 - Porque é que vemos pessoas na praia ao meio dia sem protector solar e depois também temos que pagar os tratamentos deles no IPO?

5 - Porque é que vemos vezes sem conta pessoas com atitudes irresponsaveis na estrada que terminam nos cuidados intensivos dos hospitais?

São uma série de perguntas que podemos fazer, mas para as quais ficamos sem resposta.

Note-se que não sou contra o SNS até porque apesar de estar aqui a generalizar existem sempre casos específicos e complicações de saúde que ficam de fora da normalidade.

A conclusão a que quero chegar é que devia haver uma descriminação positiva para com todos os Josés deste país que ao terem hábitos responsáveis de saúde e de conduta estão a contribuir para baixar a fatura da saúde do país e que no momento actual não têm direito a qualquer tipo de benefício por parte do SNS.

Pode ser que um dia lá cheguemos! Entretanto desejo que todos saibam escolher bem entre o Carlos e o José que querem ser! Boas e muitas corridas para todos!


...texto da autoria do nosso atleta Ricardo Oliveira

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