Gostaria de
começar esta minha breve partilha dizendo que não sou muito bom nas palavras,
mas sim nos atos. O meu regresso à pratica desportiva deveu-se por questões de
saúde. Como alguns sabem sou professor de educação física e estive ligado
sempre ao desporto. Na minha infância fui praticante de atletismo,
especialmente corrida de velocidade e barreiras, pertencendo a um clube que hoje
já não existe.
Mas voltando às questões de saúde, há 5 anos descobri que era
hipertenso e aconselhado pelo médico voltei aos treinos. Como estou ligado no
meu dia a dia ao desporto achei que estava na altura de fazer algo por mim e
não só pelos outros. Com um incentivo de um amigo começamos a treinar duas
vezes por semana. Depois com o passar do tempo fomos participando nas corridas
de S. Silvestre, dia do pai, lunaruns corrida de S. Pedro… Com o passar do
tempo sentimos necessidade de aumentar o ritmo e a intensidade dos treinos,
passando para meias- maratonas.
Mais ao
menos em maio pensei que estaria na altura de fazer uma maratona. Como bem sei,
é necessário um bom plano de treino e
muito rigor na sua execução. Pensei em fazer o plano da runporto, mas achei-o
demasiado pesado. Fiz uma pesquisa na internet e fui vendo outros planos que
achei interessantes. Mas nenhum estava bem direcionado para a minha
disponibilidade. Foi daí que fiz uma tabela com os dias da semana, o nº de
treinos e a distância que tinha de correr. Pelo meio fui fazendo as provas que
surgiam e em agosto foi o mês em que eu treinei menos. Após as férias voltei
logo à intensidade dos treinos pois já não faltava muito tempo para a Maratona.
Em termos de treinos longos, apenas fiz um de 30 kms de resto tinha sempre um
de 20 kms aos fins-de-semana.
O meu
objetivo inicial era acabar a maratona, mas com o passar do tempo tinha na
minha cabeça que tinha de acabar entre as 3.30h e as 3.45h. Porque na verdade,
andava com um bom ritmo e tempo nas meias-maratonas, logo já fazia contas…
Na semana da
maratona todos os dias à noite pensava no que me tinha metido e sentia um
friozinho, como se fosse fazer um exame.
No dia da
maratona, acordei cedo e rapidamente me equipei, tomando de seguida um bom pequeno
almoço. Passados uns minutos já tinha chegado a minha boleia para o parque da
cidade onde apanhamos o autocarro que nos levou até à partida. Logo avistei o
Paulo, a Rute e a Érica meus companheiros da maratona. Estava com muito frio,
pois fazia vento e só consegui tirar o casaco minutos antes da partida. De
seguida posicionámo-nos e de repente ouvi o tiro de partida. Já nada havia a
fazer senão começar a correr e acabar a prova.
Foi uma
prova dura no que se refere ao vento, principalmente desde Matosinhos até Gaia.
Começamos ,eu e o Paulo Gomes, com um ritmo bastante elevado, como se
estivéssemos a fazer os 15 kms da family race.
No castelo
do queijo quando viramos à direita é que pensei para mim mesmo, começou a nossa
prova. Tive sempre a companhia e apoio do Paulo Gomes, que desde já agradeço,
até cerca dos 35 kms. A partir daí sabia que ia no meu ritmo e não o conseguia
acompanhar. O resto da prova fui fazendo sozinho, com o pensamento nos meus
amigos e na minha família que estariam a pensar em mim naquela altura. Quando
dei por ela, estava no Castelo do Queijo, com um grupo de amigos dos No
Tomorrow que puxavam por mim. Tive o acompanhamento ao meu lado na última reta
do Milo e do Ricardo que me apoiaram quase até ao fim.
Quando dei
por mim já estava quase na linha da meta e ouvia o meu colega Nuno Gramaxo com
o micro “ e lá vem o grande professor da Zarco Pedro Silva Pereira” com o tempo
de 3h29m! Enfim, tinha concretizado o meu sonho…
Depois foi
desfrutar com todos os meus amigos dos No Tomorrow, beber uma cerveja com o Paulo
e, claro, procurar a assistência da Powerade para me fazer a massagem às
pernas!
Quero agradecer
a minha mulher, Otília e à minha filha, Margarida e a todo o grupo dos “No
Tomorrow”pelo apoio e amizade.
Dedico esta
conquista ao meu pai.
Boa Noite, se me permite e porque também não tenho muito jeito para escrever queria só dizer-lhe que ao ler as suas palavras estava a rever-me quando decidi o ano passado que este ano faria a Maratona do Porto assim como toda a preparação e semanas que a atecederam, eu próprio minutos antes da partida não tinha muita certeza do que estava alí a fazer, mas acabou por correr tudo bem, alías melhor do que estava a espera. Um abraço
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